Fatos e curiosidades sobre o sono das mulheres

Um recente estudo conduzido pelo Centro de Pesquisas do Sono da Universidade de Loughborough, Reino Unido, aponta que as mulheres, em geral, precisam de mais tempo de sono do que os homens. A diferença do sono das mulheres não é grande, apenas de 20 minutos, mas já é o bastante para trazermos aqui no blog uma conversa sobre a diferença do sono masculino e feminino. Continue a leitura e confira!

A importância do sono

Dormir o suficiente é um dos grandes fatores responsáveis pela manutenção da saúde em geral. Independentemente do sono das mulheres ou dos homens, é durante esse período que os nossos corpos trabalham no apoio de funções cerebrais e corporais mais saudáveis.

Durante o sono, a pressão sanguínea e frequência cardíacas caem, o que significa que o sistema parassimpático, responsável pelo controle das atividades do coração, pode trabalhar em um ritmo menor do que quando se está acordado. Logo, o sono de má qualidade, pode estar associado a aumentos acentuados na pressão cardíaca e, por consequência, dores no peito ou mesmo ataques do coração.

É nesse período de descanso também que o corpo produz alguns hormônios que não são produzidos durante o período desperto, como aqueles que controlam a fome e a produção de insulina. A falta de sono adequado também pode resultar no aumento de consumo de alimentos gordurosos e na diminuição do desejo por atividade física. Tudo isso somado, pode contribuir para o sobrepeso e a obesidade.

Por fim, é importante ressaltar a conexão entre boas noites de sono e um sistema imunológico funcional. É no momento em que dormimos que uma determinada célula desse sistema trabalha, o que contribui para uma menor probabilidade de contração de doenças e infecções.

As diferenças do sono feminino

É seguro afirmar, naturalmente, algumas diferenças claras no sono das mulheres. Primeiro de tudo, elas têm o sono mais profundo e acordam menos durante a noite que os homens. Outro ponto importante é que elas têm melhor capacidade de lidar com os efeitos da privação de sono.

A pesquisa Sleep in America, de 2005, aponta que enquanto apenas 22% dos homens diz de dormir oito ou mais horas durante os dias da semana, a taxa entre as mulheres pode chegar a 30%. Em média, elas dormem por sete horas e 43 minutos por noite, 19 minutos a mais do que os homens.

Um estudo da revista Chronobiology International, também de 2005, mostra que elas não só dormem mais como também dormem mais rápido, com uma média de 9,3 minutos, enquanto eles levam 23,2 – mais que o dobro da taxa feminina.

No entanto, os homens se dizem mais satisfeitos com a qualidade e quantidade do descanso do que elas; e as mulheres tendem a sofrer mais severamente com insônia.

As mulheres usam mais o cérebro?

Enquanto algumas pessoas dizem a atividade cerebral multitarefa é um mito, o estudo dos pesquisadores da universidade sugere que essa pode ser a razão por trás das mulheres precisarem de mais sono do que os homens: o multitasking pode ser desgastante emocionalmente e mentalmente.

As mulheres tendem a realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo e também apresentam mais flexibilidade que os homens frente a adversidades. Por conta desse tipo de atividade cerebral, sim, as mulheres usam mais o cérebro que os homens e, por consequência, precisam de mais tempo de descanso.

O sono das mulheres e os hormônios

Existem várias evidências que apoiam a necessidade que mulheres durmam mais tempo que os homens. Primeiro de tudo, é importante destacar a taxa de 40% maior probabilidade de problemas com insônia do que os homens, assim como maior propensão a sofrer com condições como ansiedade e depressão – ambas fortemente associadas ao desenvolvimento de dificuldades para dormir. A falta de sono, por sua vez, afeta as funções cerebrais responsáveis pelo intelecto e pela tomada de decisões, assim como o gerenciamento de emoções e comportamentos.

A menstruação também tem um fator decisivo na diferença do sono das mulheres, já que um terço delas dizem apresentar dificuldades para descansar por questões relacionadas, como cólicas, dores de cabeça e inchaço.

Na gravidez, elas podem desenvolver condições que dificultam o sono, como a síndrome das pernas inquietas, depressão e incontinência. A dificuldade pode ainda persistir no puerpério, quando o corpo experiência queda nos níveis de hormônio ao mesmo tempo que a mãe passa a cuidar de um recém-nascido ainda sem um ciclo de sono regular.

Já durante a menopausa, 85% delas relatam sofrer de fortes ondas de calor – o que também influencia na interrupção do sono. Durante essa fase, aumentam também as chances de desenvolvimento de apneia do sono – uma condição que causa a interrupção da respiração, o que prejudica a qualidade do sono, mesmo que a mulher não seja acordada por isso.

Elas dormem mais, mas dormem pior. Por quê?

Mais importante do que apontar quem dorme mais ou menos, se o sono das mulheres é melhor ou pior, é refletir sobre as causas pelas quais elas têm apresentado mais cansaço, mais dificuldades para dormir e efeitos mais severos causados pela falta de descanso.

E é algo que não se observa durante o período de sono, mas durante o período em que estão despertas. A falta de uma rotina com higiene do sono também pode ser um dos motivos.

O obstáculo para um bom sono pode estar relacionado a excesso de trabalho e/ou muito tempo de tela durante a noite – atividades que são impostas e encorajadas para mulheres no dia a dia e que prejudicam seus ciclos naturais de sono. Isso sem falar que no colchão ruim, que também pode impactar no sono…

Existem estudos sobre isso, mas é algo que qualquer um de nós pode concluir se observarmos as mulheres ao nosso redor. Note a diferença de tempo que elas e eles usam para se dedicar ao trabalho remunerado e não-remunerado, assim como suas responsabilidades sociais, como cuidados com a família.

Esse pode, a princípio, parecer um texto simples sobre curiosidades, mas na verdade é um chamado para o fato que as mulheres estão sobrecarregadas. É importante que façamos uma reflexão sobre isso e como o sono das mulheres têm sido fortemente impactado.